É chegado mais um daqueles
momentos onde muitos não levam a sério o suficiente para refletir em prol da
sociedade como um todo, mas cada um por si, isto é, cada um em defesa do seu
próprio interesse.
Eleições!
Acredito que todos nós, em algum
momento de nossas vidas, tenhamos questionado; “se temos tantas liberdades no
Brasil, porque somos obrigados a votar?”
Bem, ao menos espero não ter sido
o único ponderar nesse ponto...
Quando tinha 16 anos, fui
influenciado a fazer meu título de eleitor, afim de que eu pudesse exercer meus
“direitos como cidadão”. Entretanto,
porém, por muito tempo de minha vida, fui uma pessoa rebelde, e me opunha
contra tudo o que fosse, aos meus olhos, contraditório. Liberdade e obrigação
não me pareciam caber na mesma frase, com o mesmo sentido. Assim então, me
neguei, pois essa obrigação me foi apresentada como um direito, mas não
coincidia com o direito de dirigir, ora, sou considerado responsável suficiente
para escolher a direção de uma nação, mas não para conduzir um veículo...
Certamente vejo, hoje, o mundo e
seus aspectos, em todos seus extremos com outros olhos. Ainda que nem todos
consideramos as mesmas ideias como sendo relevantes ao crescimento ou mesmo,
para a manutenção do que até aqui a sociedade pode ter alcançado de bom, sempre
é válido uma conversa a mais sobre o assunto.
Acredito que todos já ouvimos o
ditado popular que diz “futebol, política e religião, não se
discutem...”, é um método tradicional de submeter as pessoas a ficarem
caladas, não opinarem. Esse ditado é uma das frases mais ridículas que conheço,
e mesmo assim, uma das mais eficazes. Com exceção do futebol, que está inserido
na frase com o objetivo de banalizar o resultado de se concordar com essa
frase, política e religião, devem sim ser discutidas, (não como debate rixoso)
mas ponderadas, para que se chegue a uma boa perspectiva, ou, melhor
entendimento dos assuntos.
É incrível que até hoje, pessoas
proferem essa frase, pra evitarem o conhecimento, ou pra não se mostrarem leigas
no assunto. Essa frase, por si só, é um atestado de ignorância, é um atestado
de submissão ao que os outros afirmam, sem que se expresse sua própria vontade
e aceitando não questionar.
Não vou aqui, criticar ou
influenciar ninguém à partido algum, mas ao ato de votar consciente.
Por não se discutir política,
nosso país a vê como uma grande piada. Infelizmente, concordo que a política no
Brasil, esta assim caracterizada, como também os políticos, tem certo amparo
pela impunidade. Mas é preciso entendermos, que embora nos seja apresentada
dessa forma, a política está apenas maquiada, uma política séria só poderá ser
exigida após os eleitores levarem a sério.
Algum tempo atrás, trabalhei com
um jovem que estava para servir o Exército, e esse reclamava muito dos
governantes, e como estava em época de eleições, visto que ele estava cheio de
opiniões, fui a ele perguntar a respeito de sua visão com relação a política,
sua resposta foi, “DETESTO POLITICA, SÓ TEM LADRÃO, POR ISSO VOTO EM BRANCO.”
Sabe meus
amigos, “Ao longo da historia do processo eleitoral brasileiro, a ausência da
participação popular nas decisões políticas foi predominante. Mesmo após a
separação política do Brasil, em 1822, a primeira Constituição deixou para trás
95% da população brasileira sem direito ao voto, as eleições eram indiretas e
censitárias, homens livres proprietários e condicionados ao seu nível de renda
tinham direito ao voto. Com a proclamação da república em 1889, acabou com o
sistema censitário, porém, no período da república velha, o voto era descoberto
(não secreto), impedindo a autonomia da escolha política. Dessa forma, os
grandes latifundiários fraudavam as eleições, por favores políticos,
manipulando e controlando toda população, sendo que essa pratica era
considerado como voto de cabresto.” [...] “Fica claro que a população foi
excluída por muitos anos de escolher o destino político do país. Dessa forma,
em respeito àqueles que sempre lutaram pela democracia, contra os ditadores que
estiveram presentes no poder, a sociedade de hoje não pode desvalorizar esse
direito conquistado. É necessário refletir para que tenhamos certeza em quem
votar, pois o poder hoje está em nossas mãos.” (fonte; internet).
Muitas pessoas lutaram, deram seu
suor e até suas vidas pra que nós, hoje, tivéssemos esse direito. Então uma
frase estrategista enraizada no entendimento de muitos, ou mesmo uma educação
defasada, onde não capacita os jovens a entenderem quão relevante é o assunto
(resultado de um descaso dos eleitores que não querem ou não sabem escolher
seus representantes, isso quando não vendem seu voto) para vir então alguém, e minimizar essa
importância, ou melhor, tratar com indiferença os sacrifícios anteriormente
feitos por nossos compatriotas afim de que hoje pudéssemos ter condições
melhores do que as que eles tinham...
...”PORISSO VOTO EM BRANCO”...disse
aquele jovem.
Puxa, o que mais reclamava era
quem menos exercia um manifesto pra mudar a situação que tanto lhe incomodava.
Não sou contra alguém reclamar da
liderança das nações, mas não acho certo que alguém reclame e fale mal, de
assuntos que não entendem, e principalmente, se omitem no momento que deveriam
representar.
Votar em branco, é dizer “NÃO
ESTOU NEM AÍ” e nesse caso, com todo meu respeito, -NÃO RECLAME!
Embora o DIREITO seja
OBRIGATÓRIO, não significa que você não tem liberdade, pelo contrário, apesar
de o voto no Brasil ser obrigatório, o eleitor, de acordo com a legislação
vigente, é livre para escolher o seu candidato ou não escolher candidato algum
(o que lhe tira a coerência ao reclamar), pode livremente escolher quem está
mais capacitado ou tem propostas de melhorias para a população como um todo.
Não gosto de política, não gosto mesmo. Mas também
não gosto de levantar muito cedo, não gosto de ir ao médico, não gosto de
muitas coisas, mas não significa que não sejam importantes ou necessárias.
Uma grande maioria dos
reclamantes retém grande culpa das características que ridicularizam a política
no Brasil. Uma vez que não levam a sério, não podem esperar seriedade.
2010 é lembrado como
o ano em que o Brasil elegeu um palhaço (de verdade) para o Congresso Nacional.
“Foi a segunda maior votação da história para deputado no Brasil: Tiririca só
fica atrás de Enéas Ferreira Carneiro (morto em 2007), presidente do
extinto Prona e detentor dos votos de 1.573.112 eleitores para deputado federal
no pleito de 2002” disse um site político. A campanha de Tiririca
caracterizou-se pelo deboche, virou misto de sucesso e polêmica na internet e
tema de todo tipo de discussão, dos debates intelectuais a conversas de
botecos. Depois de ter virado celebridade televisiva nos anos 90, Tiririca
decidiu no referido ano tentar entrar na política. Vestido de palhaço, seu personagem,
e em tom de comédia, Tiririca apareceu em diferentes inserções no horário
eleitoral de seu partido, o PR. Identificando-se como "o
candidato abestado", Tiririca foi eleito com mais de 1,3 milhões
de votos, resultado de que os eleitores consideram a política uma sátira. No
entanto, essa “comédia” é uma representação da população, o reflexo de pessoas
que reclamam e não se manifestam de acordo com seus reclames. E assim é
infantilidade acreditar que nenhum dos eleitos irá se beneficiar, ainda que de
forma ilícita, por ignorância dos eleitores.
Seria mesmo, a culpa só
dos políticos???
Um direito
obrigatório que não é usado como uma obrigação de um direito.
Wagner do Carmo.
Boa Noite Wagner.
ResponderExcluirConcordo com Você.
O que mais me dói é que pessoas como esta que tu citas, estão apenas indo contra. Quando deveriam estar disseminado a informação, formando opinião.
Nossa juventude tem o direito e porque não o dever de orientar e esclarecer os menos afortunados de cultura e conhecimento.
#PensaBrasil