terça-feira, 13 de setembro de 2016

Um Direito Obrigatório



É chegado mais um daqueles momentos onde muitos não levam a sério o suficiente para refletir em prol da sociedade como um todo, mas cada um por si, isto é, cada um em defesa do seu próprio interesse.
Eleições!
Acredito que todos nós, em algum momento de nossas vidas, tenhamos questionado; “se temos tantas liberdades no Brasil, porque somos obrigados a votar?”
Bem, ao menos espero não ter sido o único ponderar nesse ponto...
Quando tinha 16 anos, fui influenciado a fazer meu título de eleitor, afim de que eu pudesse exercer meus “direitos como cidadão”. Entretanto, porém, por muito tempo de minha vida, fui uma pessoa rebelde, e me opunha contra tudo o que fosse, aos meus olhos, contraditório. Liberdade e obrigação não me pareciam caber na mesma frase, com o mesmo sentido. Assim então, me neguei, pois essa obrigação me foi apresentada como um direito, mas não coincidia com o direito de dirigir, ora, sou considerado responsável suficiente para escolher a direção de uma nação, mas não para conduzir um veículo...
Certamente vejo, hoje, o mundo e seus aspectos, em todos seus extremos com outros olhos. Ainda que nem todos consideramos as mesmas ideias como sendo relevantes ao crescimento ou mesmo, para a manutenção do que até aqui a sociedade pode ter alcançado de bom, sempre é válido uma conversa a mais sobre o assunto.
Acredito que todos já ouvimos o ditado popular que diz futebol, política e religião, não se discutem...”, é um método tradicional de submeter as pessoas a ficarem caladas, não opinarem. Esse ditado é uma das frases mais ridículas que conheço, e mesmo assim, uma das mais eficazes. Com exceção do futebol, que está inserido na frase com o objetivo de banalizar o resultado de se concordar com essa frase, política e religião, devem sim ser discutidas, (não como debate rixoso) mas ponderadas, para que se chegue a uma boa perspectiva, ou, melhor entendimento dos assuntos.

É incrível que até hoje, pessoas proferem essa frase, pra evitarem o conhecimento, ou pra não se mostrarem leigas no assunto. Essa frase, por si só, é um atestado de ignorância, é um atestado de submissão ao que os outros afirmam, sem que se expresse sua própria vontade e aceitando não questionar.
Não vou aqui, criticar ou influenciar ninguém à partido algum, mas ao ato de votar consciente.
Por não se discutir política, nosso país a vê como uma grande piada. Infelizmente, concordo que a política no Brasil, esta assim caracterizada, como também os políticos, tem certo amparo pela impunidade. Mas é preciso entendermos, que embora nos seja apresentada dessa forma, a política está apenas maquiada, uma política séria só poderá ser exigida após os eleitores levarem a sério.
Algum tempo atrás, trabalhei com um jovem que estava para servir o Exército, e esse reclamava muito dos governantes, e como estava em época de eleições, visto que ele estava cheio de opiniões, fui a ele perguntar a respeito de sua visão com relação a política, sua resposta foi, “DETESTO POLITICA, SÓ TEM LADRÃO, POR ISSO VOTO EM BRANCO.”
Sabe meus amigos, “Ao longo da historia do processo eleitoral brasileiro, a ausência da participação popular nas decisões políticas foi predominante. Mesmo após a separação política do Brasil, em 1822, a primeira Constituição deixou para trás 95% da população brasileira sem direito ao voto, as eleições eram indiretas e censitárias, homens livres proprietários e condicionados ao seu nível de renda tinham direito ao voto. Com a proclamação da república em 1889, acabou com o sistema censitário, porém, no período da república velha, o voto era descoberto (não secreto), impedindo a autonomia da escolha política. Dessa forma, os grandes latifundiários fraudavam as eleições, por favores políticos, manipulando e controlando toda população, sendo que essa pratica era considerado como voto de cabresto.” [...] “Fica claro que a população foi excluída por muitos anos de escolher o destino político do país. Dessa forma, em respeito àqueles que sempre lutaram pela democracia, contra os ditadores que estiveram presentes no poder, a sociedade de hoje não pode desvalorizar esse direito conquistado. É necessário refletir para que tenhamos certeza em quem votar, pois o poder hoje está em nossas mãos.” (fonte; internet).
Muitas pessoas lutaram, deram seu suor e até suas vidas pra que nós, hoje, tivéssemos esse direito. Então uma frase estrategista enraizada no entendimento de muitos, ou mesmo uma educação defasada, onde não capacita os jovens a entenderem quão relevante é o assunto (resultado de um descaso dos eleitores que não querem ou não sabem escolher seus representantes, isso quando não vendem seu voto)  para vir então alguém, e minimizar essa importância, ou melhor, tratar com indiferença os sacrifícios anteriormente feitos por nossos compatriotas afim de que hoje pudéssemos ter condições melhores do que as que eles tinham...
...”PORISSO VOTO EM BRANCO”...disse aquele jovem.
Puxa, o que mais reclamava era quem menos exercia um manifesto pra mudar a situação que tanto lhe incomodava.
Não sou contra alguém reclamar da liderança das nações, mas não acho certo que alguém reclame e fale mal, de assuntos que não entendem, e principalmente, se omitem no momento que deveriam representar.
Votar em branco, é dizer “NÃO ESTOU NEM AÍ” e nesse caso, com todo meu respeito, -NÃO RECLAME!
Embora o DIREITO seja OBRIGATÓRIO, não significa que você não tem liberdade, pelo contrário, apesar de o voto no Brasil ser obrigatório, o eleitor, de acordo com a legislação vigente, é livre para escolher o seu candidato ou não escolher candidato algum (o que lhe tira a coerência ao reclamar), pode livremente escolher quem está mais capacitado ou tem propostas de melhorias para a população como um todo.
Não gosto de política, não gosto mesmo. Mas também não gosto de levantar muito cedo, não gosto de ir ao médico, não gosto de muitas coisas, mas não significa que não sejam importantes ou necessárias.
Uma grande maioria dos reclamantes retém grande culpa das características que ridicularizam a política no Brasil. Uma vez que não levam a sério, não podem esperar seriedade.
 2010 é lembrado como o ano em que o Brasil elegeu um palhaço (de verdade) para o Congresso Nacional. “Foi a segunda maior votação da história para deputado no Brasil: Tiririca só fica atrás de Enéas Ferreira Carneiro (morto em 2007),  presidente do extinto Prona e detentor dos votos de 1.573.112 eleitores para deputado federal no pleito de 2002” disse um site político. A campanha de Tiririca caracterizou-se pelo deboche, virou misto de sucesso e polêmica na internet e tema de todo tipo de discussão, dos debates intelectuais a conversas de botecos. Depois de ter virado celebridade televisiva nos anos 90, Tiririca decidiu no referido ano tentar entrar na política. Vestido de palhaço, seu personagem, e em tom de comédia, Tiririca apareceu em diferentes inserções no horário eleitoral de seu partido, o PR. Identificando-se como "o candidato abestado", Tiririca foi eleito com mais de 1,3 milhões de votos, resultado de que os eleitores consideram a política uma sátira. No entanto, essa “comédia” é uma representação da população, o reflexo de pessoas que reclamam e não se manifestam de acordo com seus reclames. E assim é infantilidade acreditar que nenhum dos eleitos irá se beneficiar, ainda que de forma ilícita, por ignorância dos eleitores.
Seria mesmo, a culpa só dos políticos???
Um direito obrigatório que não é usado como uma obrigação de um direito.


Wagner do Carmo.











Um comentário:

  1. Boa Noite Wagner.

    Concordo com Você.
    O que mais me dói é que pessoas como esta que tu citas, estão apenas indo contra. Quando deveriam estar disseminado a informação, formando opinião.

    Nossa juventude tem o direito e porque não o dever de orientar e esclarecer os menos afortunados de cultura e conhecimento.

    #PensaBrasil

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